(imagem da web)
Um amigo do grande poeta Olavo Bilac, chegou a ele e disse-lhe:
- Sr. Bilac, estou precisando vender o meu sítio, que o senhor tão bem conhece. Será que o senhor poderia redigir o anúncio
para o jornal?
Olavo Bilac apanhou o papel e escreveu:
“Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no
extenso arvoredo, cortada por cristalinas e mareantes águas de um ribeirão. A
casa banhada pelo sol nascente oferece a sombra tranquila das tardes, na
varanda”.
Meses depois, o poeta encontrou com o amigo e
perguntou-lhe se havia vendido o sítio.
- Nem pensei mais nisso, disse o homem.
- Quando li o anúncio é que percebi a
maravilha que tinha! Eu não tinha reparado na beleza do canto dos sabiás e dos
canários... Não tinha notado as belas árvores que eu plantei com tanto
cuidado... O belo nascer e por do sol que a gente desfrutava todos os dias... E
a varanda gostosa da casa onde a gente ouvia o seresteiro cantar. Ah! Se eu
vendesse eu ia me arrepender!
Às vezes, não descobrimos as coisas
boas que temos conosco, não cuidamos delas como merecem... E acabamos indo
longe atrás da miragem de falsos tesouros. Meu velho pai dizia que, às vezes, a
gente deixa de fazer um bom negócio perto, para fazer um negócio ruim lá longe.
Há os que não se contentam com o que
têm e sempre querem mais e mais e mais. É preciso valorizar, contentar-se com o que se tem e agradecer a Deus. Senão, a vida fica uma correria
desenfreada, e acabamos não vivendo, não desfrutando das coisas simples e belas
que Deus colocou em nossa vida.
Um comentário:
É as vezes não levantamos a cabeça para ver as coisas boas ao nosso redor, belíssimo texto.
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