sábado, 1 de junho de 2013

DOMINGOS JANNOTTI E O HOSPITAL DE VARRE-SAI, RJ



       Início da década de cinquenta em Varre-Sai

       Domingos Jannotti Netto toma uma decisão de suma importância para o povo de Varre-Sai: procura alguns senhores influentes, expõe-lhes uma necessidade local e sugere que se reúnam para tratar do assunto.
       Farmacêutico formado no Instituto Granbery, Juiz de Fora, MG, Domingos Jannotti Netto fez da sala de sua casa não só uma farmácia, mas também local de atendimento às pessoas doentes que vinham em busca de socorro, já que Varre-Sai, volta e meia, ficava sem médico.
      Quem fosse oriundo da zona rural, não tivesse onde se hospedar e necessitasse de cuidados por horas seguidas ou pela noite a dentro, permanecia na sua casa mesmo.
      O assunto tratado durante a reunião e exposto por Domingos Jannotti aos presentes (um deles era o tabelião José Vargas de Figueiredo) foi o seguinte: 

"alugar uma casa para abrigar os habitantes da zona rural que necessitassem permanecer por horas/dias na cidade para tratamento de saúde".
      
      Durante a reunião, alguém (ele citou o nome, mas não o encontrei na memória) sugeriu que fosse construído um hospital em Varre-Sai. 
       Ideia acatada e seguida de um movimento bem coordenado e executado com coragem, decisão, boa vontade e honestidade.
      Foi o próprio Domingos Jannotti Netto quem me narrou o fato acima e acrescentou que, para a lembrança não ficar perdida no tempo, escrevera tudo e deixara aos cuidados de Memélia/Amélia Vargas de Oliveira, filha de José Vargas de Figueiredo.
      Eis aí como surgiu o Hospital São Sebastião de Varre-Sai...
      Durante sua trajetória, enfrentou diversos vendavais, mas se manteve em pé! O povo sempre acorreu com sua contribuição às campanhas beneficentes para o Hospital.
       O que mais me encanta em toda a história é que Domingos Jannotti Netto nem nasceu em Varre-Sai! Nascido na Itália, chegou ao Brasil com cerca de 09 (nove) anos de idade.
       Tive a oportunidade de conversar assim com ele nas minhas viagens de fim de semana de Natividade a Varre-Sai. Ele, já bem idoso, por várias vezes regressando da casa de uma das filhas residentes em Bom Jesus do Norte, ES. 
      Um grande homem. Nunca teve pretensão de ser rico e, sim, de contribuir para o bem da comunidade. Ele mesmo o disse. Não tinha convívio tão grande com ele a ponto de deduzir isto ou aquilo a seu respeito. Só estou contando o que dele ouvi.
       Também participou da criação do Ginásio Varre-Sai (Campanha Nacional de Escolas da Comunidade/CNEC), outro acontecimento de primordial importância para a cidade. E nos ensinou Matemática.
       Tinha ele um sonho. Recebia, anualmente, convite para a festa do Granbery onde se formara. Sabia o que acontecia nos encontros de ex-alunos: o ex-aluno tinha a oportunidade de narrar um acontecimento da época de estudante.
       Ele desejava ir lá, um dia, e contar um fato engraçado do qual se lembrava sempre. Ei-lo: durante o recreio, era comum ouvir o ensaio da Banda Marcial do Instituto sob a responsabilidade do músico/maestro "Brito".
      E a turma ficava gritando lá do pátio: "toca, Brito! Toca, Brito!"

   

Um comentário:

Anônimo disse...

O povo de Varre-Sai deve ter muita gratidao por Domingos Jannotti e cuidar para que esse Hospital sempre possa oferecer bom atendimento aos habitantes locais

Noemia Fortes de Araujo