terça-feira, 22 de novembro de 2011

CARCINOIDE? PROCEDIMENTOS MÉDICOS POSTERIORES

A segunda cirurgia, em março de 1986, na cidade de Itaperuna/RJ, encontrou-me em situação de total apatia. Sequer indaguei sobre. Mas, ainda no leito do hospital, captei sussuros sobre "pólipos no reto e grande epíplon".
Também não tomei conhecimento do resultado da biópsia.
Entendi, todavia, que as coisas não eram simples.
Teria que fazer novo exame três meses após (retossigmoidescopia e clister opaco).
E seis meses depois também. Um ano, cinco anos e dez anos depois.

No início de julho, iniciei um tratamento que consistia na aplicação da vacina BCG por escoriação nas virilhas e axilas (para aumentar a imunidade, creio eu).
Que tratamento doloroso! O tamanho da agulha deveria destinar-se a uso veterinário (em cavalo, boi, bicho forte, grande e irracional).
Na primeira escoriação, soltei um formidável urro que deve ter sido ouvido em todo o quarteirão.

- Você terá que suportar, disse-me o médico.

Tornei-me indiferente à dor.
O local se transformava em uma ferida.
Foram umas oito aplicações.
Minha irmã disse que sofria demais em assistir a tudo, pois era coisa absurda de se ver.
Também tomava, semanalmente, uma dose da BCG, via oral.

No final do ano li, na revista Manchete, uma reportagem sobre o tratamento do câncer com uma Vacina Japonesa (subcutânea).
Tudo era providenciado na Associação Frei Bonifácio, em São Paulo, no Bairro da Liberdade.
Informação, entrega do material (soro sanguíneo), relatório e pagamento - só no local. Não havia intermediário.
Léia, minha irmã, residente no Rio de Janeiro, contactou Samira Saba, em São Paulo, através de conhecidos na Petrobrás. As duas tornaram tal "tratamento alternativo" viável para mim.
Meu médico se referia a ele como "macumbinha japonesa".
A médica do Frei Bonifácio, Dra.Neide, sugeriu que meu tratamento fosse supervisionado por um profissional no Rio.

Foi aí que conheci o Prof. Dr. Hélion Póvoa Filho. Também poeta e escritor. Um homem educado, amável, agradável e esperançoso.
Dr. Póvoa prescreveu-me, por longa data, selênio e zinco e um tal "fator de transferência..." de que não me lembro bem.
Muito tempo depois soube que Dr. Póvoa é esotérico. Problema dele. Só estou registrando o que me vem à memória.

Assim fui levando a vida.

Anos depois, meu médico, Dr. Edyomar Vargas, Itaperuna/RJ, comentou que a lesão no reto fora maior que a do apêndice.
Aconselhou-me a aproveitar o tempo com que Deus estava me presenteando.



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